17 de fevereiro de 2011

A Virtude Franciscana



São Francisco deixou empolgar-se por Deus e pelo Cristo do Santo Evangelho. Mas amar, para ele, não significava repousar em sentimentos bonitos e poéticos.
A vida e a palavra de Nosso Senhor era um programa para ser posto em prática. Conhecer e amar era, para ele, fazer e Francisco conhecia e amava, fazendo.

1) Já desde a juventude ele tivera o ideal de ser um herói. Dizia que era melhor ser Orlando ou Olivério do que escrever-lhe a história.
Depois da conversão chegou a conhecer o maior herói na história da humanidade -  o Senhor Crucificado. E ele compreendeu o que significava.
"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida perde-la-a, mas quem quiser perder sua vida por amor de mim, salva-la-a" (Lc 9, 23-24)
"Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo não cai na terra, ficará só, mas se morrer, dará muito fruto" (Jo 12, 24)
2) Francisco escolheu a renúncia total como caminho para a bem aventurança e a glória.
O amor o levou ao máximo. Com pura simplicidade e com a força do Espírito Santo ele começou a viver segundo a forma do Santo Evangelho.
Era esta a sua Regra que não podia substituir por nenhuma outra. Ela consistia para São Francisco principalmente na imitação da pobreza e humildade de Cristo, de sua santa Mãe e dos santos apóstolos.
Ele termina a Regra de 1223 como que resumindo: Guardemos a pobreza e a humildade e o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que firmemente professamos. No sexto capítulo define o ideal: In paupertate et humilitate Domino famulantes: servindo ao Senhor em pobreza e humildade... "porque o Senhor se fez pobre por nós, neste mundo". Esta é a sublimidade da mais elevada pobreza que vos fez pobres de bens, mas ricos de virtudes. Seja esta vossa herança que leva a terra dos vivos".
Dois são os motivos para abraçar a humilde pobreza: O amor a Jesus Cristo que a escolheu como inseparável companheira e esposa desde o presépio até a Cruz, e a rica colheita em virtudes, que ele espera do desprendimento e da liberdade interior, de tudos que não é Deus. Para ele, o jovem gozador, acostumado a moleza e ao conforto, era tanto maior o heroísmo. Mas, estimulado pelo amor, não mede sacrificios. A sua grande ambição é tornar-se igual ao herói do divino amor crucificado. E quanto mais árduo, tanto melhor. Pois mais ele prova o seu amor ao amado.

3) E assim é que toda a forma de Cristo se lhe imprime pela graça divina: o Cristo puro e casto, obediente, manso, benigno e paciente, sincero, verdadeiro e simples, sem o menor vestígio de artificial, fabricado, tortuoso e falso. Tão cristoforme se torna que nele não podia existir uma virtude sem a outra. Ele mesmo o proclama no louvor as virtudes: "Não existe no mundo inteiro homem algum que possa possuir uma de vós, sem que primeiro morra a si mesmo. Quem possuir uma e não ofender as demais, a todas possui; e quem a uma ofender nenhuma possui e a todas ofende; e cada uma destrói os vicíos e pedados".

Fonte: Manual da OT, 1960

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