Por Frei Osvaldo Maffei, OFM
Clara de Assis, humilde, branda, dócil, amorosa, amiga, irmã, carinhosa, valente, perseverante, e tantos outros adjetivos poderíamos atribuir a esta mulher, no entanto, queremos destacar o adjetivo que mais a caracterizou, o de ser fraterna. Santa Clara foi altamente fraterna, não por ter vivido em fraternidade, que é o modo franciscano de evangelizar, mas por querer viver altamente sua condição seguidora do grande mestre, Jesus Cristo.
Para a época medieval o modo franciscano que Clara abraçou foi inovador e, por isso viver em Fraternidade era algo excepcionalmente diferente do comum de sua época. Aquelas que eram predestinadas e desejavam viver a vida religiosa feminina só lhes era possível o modo monástico. Clara de Assis iniciou um modo diferente de viver a vocação. Este modo diz respeito ao do modo Fraterno de viver.
Viver em Fraternidade para Santa Clara era como imitar a primitiva comunidade, a comunidade dos primeiros cristãos, e por isso quando escreve a Inês de Praga, Clara aconselha e recomenda a todas as irmãs de sua época e as que iriam futuramente abraçar esta vida, que se empenhasse no seguimento do Cristo pobre, humilde e crucificado.
Seguir a Cristo para Clara significava apreender do próprio Jesus, a ser simples, humilde, pobre, honesto, santo. No entanto, tudo isso não seria possível vivenciar a partir da condição humana. Em relação a isto ela afirma: “Não é por nossos méritos, mas é pela Graça do Pai das Misericórdias”.
Clara de Assis vibrava no Amor, vibrar este que a coloca na condição de puro Amor, ou seja, o Amor estava no centro de sua vida. E como ela mesma experimentava esta condição, desejava que suas irmãs pudessem também mutuamente amar-se, mas não era um amar como o mundo prega, e sim amar com a caridade de Cristo.
A exemplo de Cristo Santa Clara desejava ardentemente que suas irmãs demonstrassem por meios das obras este amor e amando pudessem crescer no Amor de Deus. Assim, poderiam mutuamente viver a caridade.
O evangelista Mateus nos apresenta o ensinamento de Cristo, o qual pede que a exemplo do Pai das Misericórdias possamos ter compaixão para com nossos irmãos, em especial para com aqueles que pecam. Ser misericordioso é algo próprio do ser cristão, assim como é próprio do carisma franciscano e clariano. Clara sempre olhou suas irmãs a partir da ótica do Pai das Misericórdias.
Cristo não só ensinou aos seus que é justo e necessário ser misericordioso, como também afirmou que “onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome ele estará no meio deles” . Este estar reunido simboliza o que é de mais sagrado na vida fraterna. Estar reunido, então, significa estar em comunhão. Para Clara de Assis, estar em comunhão é fazer se irmã, amiga, mãe, companheira e, sobretudo amar sem reservas e medidas.
Clara de Assis ainda hoje nos ensina que é necessário provocar mudanças fortes em nossas vidas e colocar no centro delas o amor, amor este que é a fonte que nutre, congrega, reúne e anima a caminha. T
Fonte: Reflexões de Espiritualidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário