24 de junho de 2010

Natividade de São João Batista


A sagrada liturgia celebra o Natal de Nosso Senhor, mas também a natividade da Virgem Maria (8 de setembro) e de São João Batista (24 de junho). E por que a atenção somente para com estes dois santos? Porque tanto Maria, quanto João Batista, já nasceram santificados, totalmente preparados para Deus: ela, para abrigar em seu seio o Verbo de Deus encarnado; ele, para ser o precursor do Salvador-Messias.

São João Batista é muito querido do povo brasileiro, é o nosso “santo das fogueiras”, que são símbolos da Luz de Deus; é o santo das festividades juninas, ao lado de São Pedro e Santo Antônio. Alegram tanto as multidões de brasileiros nas noites frias, que costumamos agradecer sempre com muita criatividade, cantorias e guloseimas. Mas de onde vem tanta popularidade?

João faz a ligação entre a antiga e a nova Aliança: sacerdote e profeta, foi fiel testemunha da Luz. “Ele não era a Luz, mas veio para dar testemunho da Luz” (Jo 1,8). João Batista foi quem anunciou o Cristo e o mostrou o mundo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1,29)..

Com a sua pregação às margens do Jordão, proporcionou o batismo de conversão, de grande eficácia moral, dispondo o povo para o verdadeiro sinal e realidade da salvação, o mergulho na morte e ressurreição de Jesus Cristo.

A piedosa educação judaica que recebeu de seus pais Isabel e Zacarias nem por isso fizeram dele um palaciano de vestes finas ou um frio burocrata do sagrado. Nele coadunam a mística humildade de quem diz: “É preciso que ele cresça e eu diminua”, ou “Eu não sou digno de desatar as correias de sua sandália” e a coragem do profeta – e mais que profeta! – quando, por exemplo, chamou fariseus e saduceus de “raça de víboras” ou denunciou o adultério de Herodes e Herodíades, o que lhe custou o martírio.


Domingos Zamagna

Jornalista e professor de Filosofia
(Fonte: Arquidiocese de São Paulo)

Santa Isabel era prima e muito amiga de Maria, e, elas tinham o costume de se visitarem. Numa dessas ocasiões, já grávida "quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41). Ainda no ventre da mãe, João se reverencia e reconhece a presença do Cristo Jesus. 

Ele era um filho muito desejado por seus pais, Isabel e Zacarias, ela estéril, ambos de estirpe sacerdotal e já com idade bem avançada. Isabel haveria de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa "Deus é propício" (cf. Lucas 1,36). Assim foi avisado Zacarias pelo Anjo Gabriel que o visitou anunciando a chegada do tão esperado herdeiro.

Com palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência. Anunciava a vinda do Messias prometido e esperado. Enquanto de si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitarei o caminho do Senhor..." (João 1,23). Aos que o confundiam com Jesus afirmava com humildade: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28) e "não sou digno de desatar a correia de sua sandália" (Jo 1,27). Sua originalidade era o convite a receber a ablução com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Daí o seu apelido de Batista.

João Batista teve a grande missão de batizar o próprio Cristo. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias, com estas palavras: "eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo... Ele vos batizará com o Espírito Santo " (Mt 3,11).

Jesus falando de João Batista lhe tece o maior elogio registrado na Bíblia: "Jamais surgiu entre os nascidos de mulher, alguém maior que João Batista. Contudo, o menor no Reino de Deus é maior do que ele" (Mt 11,11). Ele morre degolado sob o governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons costumes.

ORAÇÃO - Ó Deus, que suscitastes São João Batista, a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi nossos passos no caminho da Salvação e da Paz. Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário